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Cliente tem dificuldade para ter taxa menor

Caixa Econômica Federal anuncia ter elevado concessões de crédito em 17% depois de anunciar a redução de juros. Em visita a agências de instituições que baixaram taxas, apenas uma informou as condições de crédito.

A Caixa Econômica Federal aumentou em 17% as concessões de crédito desde que, em movimento com o Banco do Brasil, reduziu suas principais taxas de juros, mas grande parte dos clientes da concorrência tem dificuldade em conseguir saber quais juros teriam direito em outra instituição.

Para definir uma taxa de juros ao cliente, além de dados de renda e emprego, o banco leva em conta todo o histórico de relacionamento – investimentos, previdência, seguros, cartões e conta em débito automático, entre outros pontos.

Quanto mais ganho o cliente traz à instituição financeira, mais chance tem de obter juros e tarifas menores.

A exceção é o financiamento de veículos, feito pelas concessionárias, que têm acesso a diferentes bancos.

A reportagem da Folha foi à Caixa, ao BB e ao HSBC, primeiro banco privado a anunciar redução nos juros, para averiguar se obteria taxas realmente menores do que nos demais bancos privados.

Somente na Caixa, conseguiu ter uma ideia concreta, após mais de 40 minutos de atendimento, das taxas de juros pela facilidade do banco estatal de acessar dados do cliente no FGTS.

No BB, a espera para ser atendido foi de uma hora e não foi possível saber se obteria taxas menores.
Já no HSBC, o atendimento foi mais rápido, mas as taxas somente seriam obtidas após o cliente apresentar simulações obtidas no banco de origem.

QUEIXA

Dono de uma farmácia no Jardim Tietê (zona leste de São Paulo), Lincoln de Andrade foi procurar o HSBC para fazer um empréstimo de R$ 10 mil com objetivo de investir no negócio citando as taxas anunciadas. O empréstimo foi feito no nome do pai dele, Aldemar de Andrade, correntista do HSBC desde 1989.

No banco, porém, Andrade afirma que a gerente disse “desconhecer” as novas taxas anunciadas, que começavam a partir de 1,99% e chegavam a 5,93% ao mês na modalidade de crédito pessoal.

Como precisava do dinheiro, Andrade afirma que acabou fazendo o empréstimo com juros de 5% ao mês.

“A gerente da agência disse que desconhecia essa baixa de juros. Meu pai efetuou um empréstimo pessoal no qual pegou R$ 10 mil e vai pagar 23 parcelas de R$ 837,33, dando quase R$ 20 mil”, diz Andrade.

Procurado, o HSBC informou que atribui as taxas em razão do relacionamento do cliente com o banco. “As taxas publicadas são taxas de referência e variam de acordo com a evolução do mercado financeiro. A informação sobre mudança de taxas é regularmente repassada aos gerentes de agência por veículos internos de comunicação e reuniões com os gestores, o que faz do caso citado pelo leitor uma situação isolada de desconhecimento.”

Fonte: Folha de S. Paulo